"Se parecer muito bom para ser verdade, provavelmente não é verdade", diz um personagem do filme Para Roma, com Amor, do Woody Allen. Isso me fez lembrar uma lição que aprendi com meu amigo Renato: "Quando tudo parecer muito perfeito, desconfie".
Entender isso é como tomar uma vacina anticafajestes.
Entender isso é como tomar uma vacina anticafajestes.
Renato dizia que a principal característica dos caras que buscam conquistar/descartar mulheres o mais rápido possível é a conveniência. Todo cafageste fala e faz o que cada mulher quer ouvir e ver. Além da "adequação" extrema, os cafas encantam com sua autoconfiança, ousadia, iniciativa..
São tão diferentes dos caras capazes de se interessar pra valer! Esses costumam cometer alguns tropeços, usam palavras mal escolhidas, sentem insegurança. Afinal, se a gente quer muito algo, sempre acaba se afobando um pouco. É natural! E a naturalidade é meio atrapalhada e pouco charmosa.
Machado de Assis já escreveu sobre isso em Queda Que as Mulheres Têm para os Tolos (tem na internet, procura aí!), ele explica porque os tolos - sedutores compulsivos ou cafagestes, em português atual - se dão bem na conquista. É que os caras legais demonstram que valorizam uma mulher em atitudes - e não só em palavras. Quando fazem um elogio, é com sinceridade, e certo medo de soar inconveniente. Já os cafas-tolos desde o início elogiam sem parar. Elogios vazios que, quando pegam uma carente distraída, sempre colam.
Mas chega uma hora em que dá um clique e percebemos claramente essas estratégias. De "lobo mau", o cafageste vira o ser mais inofensivo do mundo, já que se torna previsível.
Deixamos de cair no conto do cara "perfeito" e subitamente apaixonado e aprendemos a aproveitar os cafinhas em relações superficiais e sem sofrimento de expectativas. Rindo horrores de suas palavras ensaiadas! Até que a gente enjoa do tipo. E aquele "jeito sedutor" que era irresistível se torna cansativo, artificial e tolinho.
Você já sente isso??
Esse texto é da Sílvia Amélia da revista Gloss
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